terça-feira, 26 de novembro de 2013

Sim, é possível.



Estava em vias de largar emprego e faculdade, com algum dinheiro na poupança e nada me prendendo em casa. Planejava nos últimos meses mudar meus rumos - a possibilidade de passar o resto da vida na frente do computador e debaixo do ar condicionado me dava medo, era preciso pelo menos tentar algo de diferente antes que passassem meus vinte e poucos anos.

(Meu dia a dia resumido em uma imagem)


Quando dois amigos partiram em um mochilão pela América Latina uma faísca surgiu. Eu não tinha nada que me impedisse de fazer o mesmo.


Por alguns meses pensei no caso e comecei a juntar grana e informações. Nesse tempo descobri que não era tanta loucura assim, bastou entrar no mochileiros.com para descobrir uma comunidade imensa de pessoas com esses interesses. O planejamento desta viajem não teria sido feito tão bem se não fosse o acervo ilimitado da internet, desde aulas de espanhol até roteiros turísticos pouco explorados, quase toda informação que procurei estava lá.






Juntei mochila, barraca de acampamento, avaliei os riscos, pesquisei lugares e valores, mas essa não foi a verdadeira preparação. Se colocarmos só nesses termos parece algo fácil como comprar equipamentos na Netshoes. Muito desse tipo de viagem está em quebrar o pensamento comum (pensar fora da caixa!), afinal, você está largando um conforto que você só reconhece na hora de perder. Camas confortáveis e roupa lavada não caem do céu, estando a 3.000 quilômetros de casa não é fácil encontrar um familiar ou amigo para te ajudar em uma hora de aperto, seus amigos de sempre não estarão lá e você precisa fazer novos tão rápido quanto sua passagem. Você literalmente joga sua zona de conforto no lixo. Então, Icaro: Por que valeria a pena algo assim?


Navegar é preciso, viver não é preciso!


(Este verso do Fernando Pessoa é tudo que posso dar de explicação)


Com um pouco de cabeça e bom senso tudo se torna uma questão de esforçar-se para tentar algo novo. Os obstáculos não são tão grandes quanto se pensa, nos queixamos de faltas de oportunidade mas às vezes é apenas uma questão de abrir mais os olhos. E se alguém aí também se deixar contaminar por essa vontade de viajar: boa sorte, e não se esqueça de mandar um postal!